A arte possui uma habilidade singular de eternizar acontecimentos e de expressar linhas de pensamentos e filosofias que, com o passar dos anos, surgem na sociedade. Exemplo disso são os filmes sobre feminismo, que ilustram a realidade de mulheres em diferentes períodos de tempo, cada qual com sua crítica e foco narrativo.

Ter contato com essas obras permite que você expanda seus horizontes e entenda melhor como é o mundo e o funcionamento da sociedade pela ótica do gênero feminino. Logo, para além de história, são filmes sobre igualdade e empoderamento, que ressaltam como é a vivência da mulher em diferentes situações.

Podemos dizer, ainda, que longas-metragens sobre feminismo são portas de entrada para a consciência e para a empatia. Ao assistir um filme dessa temática, você está, inconscientemente, indo para além da narrativa e colocando-se à disposição para compreender mais sobre diferentes perspectivas de mundo.

Pensando nisso, separamos 10 filmes feministas de diferentes gêneros para que você adicione à lista e entenda mais sobre a luta e a visão das mulheres na sociedade. Confira!

Clique para acessar o infográfico sobre 15 ações individuais que mudam o mundo.

1. Feministas: o que elas estavam pensando

Esse é um dos grandes documentários feministas disponíveis na Netflix. O longa parte de um álbum de fotografias criado nos anos 70, preenchido de imagens de mulheres da época que lutavam por seus direitos.

Johanna Demetrakas, a diretora do filme, decide preparar uma exposição anos depois com essas imagens e aproveita para chamar as “modelos” e gravar o que elas têm a dizer sobre as mudanças que aconteceram entre o ano no qual elas foram fotografadas e o presente.

Dessa forma, o espectador mergulha nos desdobramentos da segunda onda do movimento feminista, constituída por mulheres que lutavam por suas carreiras, por liberdade sexual, por autonomia financeira, por direitos reprodutivos e muito mais.

As mulheres destacam, ainda, como temas importantes não eram tratados dentro da luta feminista na época, como raça e classe. Durante os relatos, o filme deixa mensagens de esperança e, também, de coragem, ao destacar que muito ainda precisa ser conquistado.

É um convite para olhar para o passado e para o futuro, entendendo o que já foi conquistado e o que ainda, como mulheres, é preciso conquistar. Confira o trailer:

2. Eu não sou um homem fácil

Para quem busca um filme sobre feminismo na Netflix para dar boas risadas, essa é uma ótima escolha! Eu não sou um homem fácil  opta pelo absurdo e pelo exagero para construir uma narrativa engraçada e, ao mesmo tempo, extremamente crítica.

O filme conta a história de Damien, um homem explicitamente machista que, ao sofrer um acidente, acorda em um mundo dominado pelas mulheres.

Dirigido por Eléonore Pourriat, o longa usa de acontecimentos cotidianos – e, muitas vezes, descritos pequenos pelos homens – para estruturar sua crítica. O resultado é um humor por vezes incômodo, que destaca como o machismo está incorporado em ações pequenas e até banais que são perpetuadas diariamente.

É uma boa escolha para quem busca um filme cômico, porém, ainda assim, consciente e crítico. Veja o trailer:

3. Tudo sobre minha mãe

Dirigido por um dos maiores diretores do cinema contemporâneos, Pedro Almodóvar, Tudo sobre minha mãe é um longa forte, sensível e honesto, composto, praticamente, de personagens femininas.

A narrativa acompanha Manuela que, após perder o filho em seu 17º aniversário, parte em busca do pai do garoto, uma travesti chamada Lola. No caminho, a mulher cruza com outras personagens, como Agrado, Rosa e Huma Rojo.

Como todo filme de estrada, é emocionante, marcado por acontecimentos cômicos e outros mais sensíveis. É o tipo de narrativa que consegue fazer sorrir ao mesmo tempo em que tira algumas lágrimas pela intensidade com que mergulha nas personagens.

O longa coleciona inúmeros prêmios, dentre eles o Oscar de melhor filme estrangeiro no ano de sua estreia. Assista ao trailer:

4. As Sufragistas

Baseado em fatos reais, As Sufragistas é um filme com personagens femininas extremamente fortes e estrelado por Helena Boham Carter e Meryl Streep.

O longa é ambientado no Reino Unido do século 20, quando as mulheres não possuíam direito ao voto. Com base nisso, um grupo de rebeldes decide coordenar ataques para chamar a atenção dos políticos, quebrando vidraças e explodindo caixas de correio.

Durante a narrativa, acontecimentos destacam a opressão feminina vivida na época, por meio de repressões e ataques ao grupo por parte da polícia e de suas próprias famílias. Ainda assim, as personagens decidem continuar na luta, mostrando como a conquista de direitos é um processo pelo qual vale a pena passar. Confira o trailer:

5. Que horas ela volta?

Esse é um dos filmes feministas brasileiros mais marcantes dos últimos anos e aborda, com maestria, a interseção entre as lutas de gênero e de classe.

Durante a narrativa, conhecemos Val, uma empregada doméstica que mora na casa de seus patrões, uma família de classe média alta residente da grande São Paulo. Para que conseguisse o trabalho, a mulher deixou sua filha, Jéssica, em Pernambuco, aos cuidados do avô.

Depois de 13 anos, a filha de Val vai a São Paulo prestar vestibular e encontra abrigo na mesma casa em que a mãe trabalha (e reside). O clímax começa quando Jéssica não aceita as imposições de comportamento entre sua mãe e a família que a contratou, de forma que começa a questioná-los.

Que horas ela volta? não é, necessariamente, um filme sobre a luta feminista. No entanto, o tempo todo, retrata personagens femininas fortes, questionadoras e aptas a causar revoluções dentro dos núcleos em que estão inseridas.

Além disso, lança questões importantes sobre a pauta da maternidade, um assunto completamente relacionado com o ser mulher na nossa sociedade.

6. Histórias cruzadas

Um filme emocionante e surpreendente, Histórias cruzadas também engloba uma das interseções do movimento feminista ao narrar a vida de domésticas negras dos anos 60, nos Estados Unidos.

Ao longo da história, conhecemos Aibileen e Minny, duas empregadas negras que trabalham para famílias brancas, e Skeeter, uma jornalista que, ao contrário das mulheres de sua raça, está interessada em construir sua carreira como escritora ao invés de se casar e ter filhos.

Quando Skeeter consegue um trabalho no jornal local, escrevendo colunas para donas de casa, pede a ajuda de Aibileen para responder às cartas que recebe. Esse contato, por sua vez, permite que as personagens se conheçam e gera empatia na escritora.

Ao descobrir que uma de suas amigas está movimentando um projeto de lei a fim de criar banheiros para separar mulheres negras e brancas, Skeeter se inconforma e decide contar a história das domésticas negras de sua região.

Histórias cruzadas demonstra o poder de um grupo de mulheres e, principalmente, como a cooperação é importante na luta por igualdade. Conheça mais do filme no trailer:

7. Absorvendo o tabu

Absorvendo o tabu é um curta-metragem em formato de documentário disponível na Netflix  que, inclusive, ganhou o Oscar de sua categoria.

Em apenas 26 minutos, conhecemos a realidade da Índia rural, na qual um grupo de mulheres desenvolveu uma máquina para produzir absorventes biodegradáveis. O feito, que poderia passar em branco em um mundo cada vez mais industrializado, é uma conquista gigante, na realidade.

Isso porque, na região em que se passa o curta, a menstruação é um estigma e mulheres ainda são financeiramente dependentes de seus maridos. Logo, a criação dessa máquina significa passar por cima de imposições sociais e conquistar mais lugar ao sol, movimentando uma economia, que é toda feminina, de forma positiva para a natureza. Veja o trailer:

8. Elisa e Marcela

Também disponível na Netflix, Elisa e Marcela é um filme preto e branco baseado em fatos reais, que conta a história do único casamento gay realizado pela igreja católica na história.

A narrativa demonstra como Elisa assumiu a personalidade de seu falecido primo, Mario, para que pudesse se casar com sua amada. Claramente, a história das duas é marcada por muitas reviravoltas.

É por isso que o filme, dirigido por Isabel Coixet, é um grande sucesso. A diretora consegue narrar e ilustrar cada um dos acontecimentos que passaram por Elisa e Marcela de forma sensível e honesta, mostrando que, para além de uma excelente cineasta, é uma ótima historiadora.

Elisa e Marcela permanecem, ainda hoje, sendo a única união lésbica feita e aprovada pela igreja católica na história, desde 8 de junho de 1901. Assista ao trailer:

9. Uma mulher em guerra

Uma mulher em guerra é um longa-metragem capaz de ilustrar todas as facetas que o ser mulher embarca: Halla, a protagonista, é selvagem, forte, livre, sensível, carente, sonhadora e muito mais.

O filme narra a vida da mulher, que luta ativamente contra o avanço da indústria de alumínio em sua cidade e acredita na resistência como única possibilidade de justiça.

No entanto, determinado dia, a inscrição de Halla em um programa de adoção cumpre seu papel e a mulher é ligada a uma órfã que precisa urgentemente de uma família.

É aí que as centenas de personalidades femininas da protagonista aparecem: quando precisa ser sensível e maternal ao mesmo tempo em que deseja não abaixar suas bandeiras e lutar pelo seu ativismo. Veja o trailer abaixo:

10. Tully

A última indicação da nossa lista é um filme que engloba o feminismo de forma tangencial ao narrar a história de Marlo, uma mãe que perde muito de sua liberdade após o nascimento dos filhos.

Ao perceber o cansaço e a sobrecarga de Marlo, seu irmão contrata uma babá para que ela consiga dividir as atividades durante a noite.

O que a protagonista não sabia é que Tully (a babá) ressignificaria muito de sua vida, ajudando-a a se conectar novamente com partes de sua personalidade  que, como mãe, ela havia perdido.

É uma história de amizade, de amor e de força, que mostra como as fases da vida de uma mulher definem muito de seus sentimentos. Veja o trailer abaixo:

Assistir a filmes sobre feminismo ajuda a estabelecer conexões empáticas com diferentes vivências e conhecer referências de força e de poder.

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