Um novo mundo é possível? Ideias para fazer sua parte
Com o fortalecimento de movimentos sociais e também, infelizmente, com o aumento de desastres ambientais, cada vez mais nos perguntamos se a criação de um novo mundo é possível.
A urgência para que pensemos a organização da sociedade e a forma como estamos lidando com as pessoas e com a Natureza se torna cada vez maior quando olhamos para o futuro.
Precisamos de mudança e, acima de tudo, precisamos estar inclusos nessa transformação. É hora de nos colocar como parte do todo, olhando para os direitos humanos e para o mundo.
Como criar um novo mundo?
É possível, sim, mudar o mundo. No entanto, para isso, é necessário analisar o cenário em que estamos inseridos a fim de entendermos quais pontos precisam de mudança.
A alteração mais significativa, talvez, esteja na forma como as relações humanas e sociais são construídas atualmente. Para que consigamos construir um planeta diferente do atual, é urgente que organizemos nossa maneira de lidar com o todo.
Isso pede, portanto, uma estruturação sistêmica dos nossos pensamentos. Precisamos nos inserir no mundo como parte ao invés de nos enxergarmos como “o topo da pirâmide alimentar”.
Como seres humanos, é nossa habilidade cognitiva que nos coloca como capazes de reconstruir o meio em que estamos inseridos. É reestruturando comportamentos que conseguiremos mudar o planeta. Logo, o primeiro passo está em nós e nos nossos costumes cotidianos!
Observada de forma particular, determinada atitude pode até parecer singela. No entanto, quando repetida diariamente (e compartilhada para que mais pessoas angariem na causa), as ações certamente irão causar um impacto (positivo!).
Para orientar melhor o que pode ser feito, separamos algumas dicas práticas para encaixar na sua rotina. Confira:
Separe o lixo
Essa é uma lição repetida frequentemente nos tempos de escola e, mesmo assim, muitas vezes não separamos o lixo de forma correta. Segundo pesquisa realizada pelo Ibope, 4 em cada 10 brasileiros não fazem a diferenciação entre lixo orgânico e reciclável, por mais que 88% concorde que a maneira correta do descarte é separando os materiais.
O ideal é que separemos os resíduos de forma pormenorizada, dedicando recipientes apenas para plástico, metal, vidro, papel e orgânicos. Para quem quer começar e não consegue fazer essa diferenciação, comece pelo menos organizando recicláveis e aqueles que não são.
Lembre-se que guardanapos de papel, sachês de condimentos e outros itens sujos de restos alimentares não são reutilizáveis. No entanto, potes de requeijão, de manteiga e de iogurte, por exemplo, podem ser higienizados e descartados corretamente.
Um levantamento realizado em 2018 demonstra que 1.227 cidades brasileiras possuem coleta seletiva de lixo. Portanto, busque se informar sobre o dia em que ela passa em seu bairro.
Para cidades que não possuem coleta, uma dica é utilizar o aplicativo Cataki, criado que se torne mais fácil entrar em contato com catadores que vendem resíduos recicláveis. Aliás, mesmo que na sua cidade não possua ninguém cadastrado na plataforma, vale fazer a separação, visto que provavelmente existem pessoas dedicadas a esse trabalho nas ruas.
Reformule sua dieta
Em seu último documentário, David Attenborough destaca como a reformulação da dieta é parte integral para a construção de um novo mundo. Diminuir o consumo de carne influencia na emissão de poluidores na atmosfera, na destruição do meio ambiente e, como resultado, aumenta as áreas verdes do planeta.
Deixar de comer carne animal por um dia economiza 3.400 litros de água e reduz a emissão de 14 quilos de CO2 na atmosfera (equivalente a 100 quilômetros rodados de carro).
Além disso, leva benefícios para os ecossistemas, visto que 80% do desmatamento ambiental ocorrido entre 1980 e 2005, no Brasil, foi motivado pelo aumento da terra para a pastagem.
Por fim, diminui o sofrimento de seres vivos, tendo em mente que cerca de 65 bilhões de animais são abatidos anualmente no mundo para consumo.
Uma ótima solução para quem quer construir um novo mundo, porém ainda tem dificuldade de cortar totalmente o alimento da rotina, é a campanha Segunda sem Carne, lançada no Brasil em 2009 (mas que já acontecia antes, em outros países).
Em território brasileiro, a ação atingiu sucesso absoluto e, só no primeiro semestre de 2019, mais de 42 milhões de refeições foram servidas sem a presença de carne animal.
Pratique o autocuidado
Para criar um novo mundo, é preciso que você tenha saúde física e mental. Portanto, crie hábitos de autocuidado que melhorem sua relação consigo mesmo.
As possibilidades são inúmeras: meditação, caminhada, criação de um hobby, diminuição de uso das redes sociais, skincare e por aí vai. O que importa é encontrar uma atividade que te faça bem e que te desligue da correria cotidiana.
Fortalecer e zelar pela sua relação consigo mesmo é parte integral da criação de um futuro melhor, visto que surte sentimentos positivos dentro do seu corpo. O respeito consigo mesmo é fundamental para construir o coletivo.
Use ecobags
Um levantamento realizado em 2016 demonstra que 1,5 milhão de sacolas plásticas são distribuídas por hora no Brasil. Esse material leva em média 500 anos para se decompor no meio ambiente de forma que, no ano da pesquisa, menos de 5% do plástico produzido pelo país desde 1930 havia desaparecido da natureza.
São dados alarmantes e que mostram como a sacola plástica possui o poder de causar grandes impactos ambientais. A solução, portanto, é optar pelas ecobags – ou outros itens que permitem carregar as compras, como mochilas, carrinhos de feira e até redes de frutas antigas.
Dessa forma, você diminui o descarte de lixo em grande excesso. A opção para as lixeiras podem ser “sacolas” de jornais, que reciclam outros materiais em casa. Confira o vídeo do canal Menos 1 Lixo para aprender a realizá-lo:
Compre de fornecedores locais
Movimentar o comércio local é uma forma de estimular o desenvolvimento da sua comunidade e de possibilitar que pequenos e médios fornecedores não passem dificuldades.
Lojistas, feirantes e comerciantes locais, na maioria das vezes, dependem da venda de produtos e do movimento de caixa para conseguirem sustentar a si mesmos e a suas famílias.
Por isso, quando precisar de algum legume, por exemplo, escolha comprá-lo na feira. Além de ajudar alguém, você provavelmente estará comprando um produto com menos agrotóxicos do que os encontrados em grandes mercados.
Persista nos sonhos
Pode parecer batido, mas não é. Sonhar possui, sim, um caráter revolucionário. É por meio da imaginação que conseguimos pensar em perguntas e, então, em respostas inovadoras, criativas e que causam impactos em todo o ecossistema.
É justamente nesse movimento que campanhas como Liberte o Futuro e Imagine for 1 Minute estão desdobrando suas ações. O propósito é nos fazer refletir sobre “ideias para adiar o fim do mundo” e, por meio de questões, gerar soluções.
São os sonhos que começam desejos que, por sua vez, tornam-se realidade. Portanto, a idealização é poderosa e necessária para que construamos ambientes novos, justos e para todos e todas.
Com ações simples e cotidianas, podemos perceber que um novo mundo é possível. Pensando nisso, a Editora Bambual redigiu um infográfico com 15 atitudes para causar um impacto positivo no planeta. Clique no banner abaixo e faça o download!
Práticas de autocuidado: atividades para se amar com carinho
Cada dia mais falamos sobre práticas de autocuidado e de autoamor. O termo tem conquistado mais espaço na internet e é pauta comum em rodas de conversa sobre saúde mental. No meio de uma sociedade acelerada e focada em assuntos externos, olhar para si começa a se tornar urgente.
Na correria das demandas do dia a dia – família, trabalho, compromissos, estudos, cursos, cuidados com a casa e por aí vai –, conseguir tirar um tempo para realizar uma atividade que faz bem para você parece impossível.
Porém, na construção de um novo mundo, é fundamental que consigamos olhar para nós mesmos com afeto e praticar o autocuidado algumas vezes na semana. Afinal, precisamos estar saudáveis e felizes para gerarmos revoluções positivas para todo o ecossistema.
Ao contrário do que muitos acreditam, o autocuidado é uma tarefa simples, baseada em pequenas atitudes que podem ser encaixadas no cotidiano. Sim: você não precisa de um dia de SPA para desenvolver uma ação de amor próprio! Claro que seria ótimo, porém, às vezes, não dá.
Nessas horas, contar com algumas dicas de práticas de autocuidado para inserir na rotina é uma ótima maneira de cuidar da sua saúde e do bem-estar. Para te ajudar, separamos 10 atividades que podem ser feitas de forma rápida. Confira!
1. Meditação
A meditação é uma prática milenar que, segundo estudos, impacta diretamente na diminuição do estresse e da ansiedade, além de aumentar a sensação de bem-estar do corpo e de afastar pensamentos negativos, promovendo a calma.
Para quem não tem o costume, será necessário estimulá-lo. Para isso, a meditação guiada é uma ótima ideia. Disponível em aplicativos como Spotify e YouTube, a prática consiste em um profissional guiando seus pensamentos para que você consiga acalmar a mente e manter o foco no agora.
Dessa forma, consegue relaxar e diminuir a velocidade com que está vivendo o dia a dia. No entanto, se você acredita que a meditação não é um hábito possível na sua rotina, não se preocupe!
Existem outras atividades que podem ser feitas. É muito importante, inclusive, manter em mente que as práticas de autocuidado devem fazer sentido para você. Portanto, não se force sentar a meditar se isso não te traz alegria, calma ou qualquer outro sentimento positivo. O autoamor é individual e precisa ser benéfico para você – apenas.
2. Alimentação saudável
Quantas vezes, na correria, você almoçou algo prático apenas pela agilidade no preparo? Todo mundo já olhou para a geladeira e decidiu ir pela lasanha de micro-ondas ao invés de cozinhar o brócolis e fazer um arroz, por exemplo (e está tudo bem, às vezes, é preciso fazer isso!).
No entanto, buscar uma rotina de alimentação saudável é importante para o funcionamento do seu corpo. Segundo a nutricionista Joyce Souza, uma dieta rica em alimentos integrais, legumes, frutas, carnes magras, nozes e leguminosas fornece ao corpo nutrientes que influenciam diretamente a saúde mental.
De acordo com a profissional, estudos epidemiológicos demonstram, inclusive, que manter costumes alimentares saudáveis reduz o risco de depressão e de suicídio. Por isso, é válido tirar um momento para cozinhar uma refeição composta de ingredientes de boa procedência.
Adquirir os alimentos em uma feira é uma boa opção, já que, geralmente, eles são livres de agrotóxicos. O ato de cozinhar, pode, ainda, ser considerado terapêutico. Olhe para o seu prato, repare no sabor e na textura dos alimentos e promova, assim, um momento em que está consigo e sente prazer em sua própria presença.
Para quem quer ir de cabeça no hábito, porém tem uma rotina corrida durante a semana, uma dica é cozinhar tudo o que irá consumir no fim de semana. Assim, tira um tempo para si e, nos dias úteis, tem as refeições preparadas.
É importante frisar, sobretudo, que não é uma regra ter uma alimentação saudável. Não se sinta mal por comer um fast-food vira e mexe. A questão é quantidade. Dê a si mesmo um lanche uma vez na semana, caso sinta vontade.
3. Leitura
Para além de um hábito de amor próprio, a leitura é uma forma de se manter ativo e em constante aprendizado. Por meio dos livros, conhecemos novas narrativas, expandimos horizontes e conseguimos ter contato com teorias que podem ser adaptadas para a vida íntima.
Com tanta correria, é normal que deixemos de ler com o apetite que tínhamos quando mais jovens. Uma forma de retomar a atividade é definir um prazo para a realização. Tire cinco minutos por dia para ler algumas páginas na hora do almoço ou antes de dormir, por exemplo.
Com o tempo, vá aumentando o período de leitura conforme se sentir à vontade. Outra dica é carregar o livro consigo na mochila. Assim, quando pegar o ônibus, pode aproveitar a viagem para ler algumas páginas ao invés de ficar rolando o feed do Instagram.
Participar de um clube de leitura também pode ser divertido e trazer um sentimento de bem-estar. Além de uma motivação a mais para pegar o livro, você conhece novas pessoas e expande seu círculo de amizades.
4. Limpeza das (e nas) redes sociais
O avanço tecnológico proporcionou conexão em qualquer lugar e em praticamente todos os aparelhos. Notebooks, celulares, relógios, e até fones de ouvido conseguem ser pareados entre si e emitir sinais sonoros sempre que alguma novidade é postada.
A internet, com certeza, trouxe muitos avanços para a sociedade. Porém, ao mesmo tempo, aumentou sentimentos de ansiedade e desenvolveu algoritmos capazes de nos deixar conectados por horas durante o dia.
Realizar uma limpeza das redes sociais é importante para conseguir passar mais tempo no mundo real e até desenvolver mais e novos os hábitos de autocuidado. Hoje em dia, os celulares possuem funções que restringem o uso de aplicativos por certo período de tempo. Ativar a utilização máxima de 15 minutos para cada plataforma, por exemplo, faz com que você não fique além do necessário online.
Além da diminuição de uso, também é válido analisar quem está aparecendo no seu feed. Às vezes, seguimos pessoas ou marcas que, depois de alguns meses, deixam de fazer sentido para nossa vida e podem, inclusive, causar sentimentos de mal estar a partir dos conteúdos postados.
Não tem nada demais em deixar de seguir uma empresa que teve atitudes racistas ou aquela blogueira fitness que faz você se olhar com menos carinho. O autocuidado está diretamente conectado com a maneira como você se sente e, tendo em mente que passamos horas online, é necessário escolher bem quem você acompanha.
Mantenha, ao máximo, pessoas que proporcionam felicidade perto do seu campo de visão. Você não precisa ver algo que não te agrada.
5. Banho
É muito comum entrarmos no banho já listando o que precisará ser feito em seguida, principalmente quando o tomamos pela manhã. A oportunidade, nesse caso, é começar a ressignificar o momento.
Torne-o uma espécie de experiência individual. Repare nas sensações que seu corpo sente, na água contra a pele, na espuma gerada pelo sabonete e no quão boa é a sensação de lavar os cabelos.
Tente reservar alguns banhos na semana para passar loções no corpo e fazer uma hidratação no cabelo. Entenda o momento como um presente e deixe o checklist de atividade para depois.
É comprovado cientificamente que tanto o banho quente quanto o frio são benéficos à saúde. O primeiro, ajuda no relaxamento, enquanto o segundo promove bem-estar e energia.
Assim, você estreita sua conexão com seu próprio corpo, permite-se uma massagem (no que seria uma atividade comum) e ainda ganha em questões de saúde.
6. Atividades físicas
Já é batido ouvir que atividades físicas são extremamente importantes para a saúde por manter o corpo ativo, diminuir o risco de doenças crônicas, fortalecer os músculos, controlar os níveis de gordura e, de quebra, sentir bem-estar graças à liberação de serotonina e de endorfina. Ainda assim, é sempre bom lembrar!
O ponto é: praticar um exercício vai muito além de academia e de musculação. Caso você não goste ou não se sinta à vontade com esses tipos de atividades, pode buscar outras opções.
O ciclismo, por exemplo, é uma prática que tem se tornado uma tendência, de forma que grupos são formados para que pessoas pratiquem em conjunto. Além de ser uma atividade, você está em contato com outros e diminui a emissão de carbono na atmosfera quando deixa de se locomover de carro.
Opções como dança, yoga, artes circenses, natação e caminhada são exemplos de práticas para o condicionamento físico. Procure a que te agrada e tente encaixar na rotina pelo menos uma vez na semana.
7. Sono saudável
Manter um sono saudável é fundamental para uma rotina de autocuidado, visto que essa atividade simples, segundo o Ministério da Saúde, fortalece o sistema imunológico e atua na saúde do cérebro.
Deixar de dormir causa fadiga, irritabilidade, alterações de humor e diminui as habilidades mentais, influenciando, inclusive, na capacidade de aprendizagem, de raciocínio e de organização dos pensamentos.
Logo, nutrir práticas de autocuidado sem um sono de qualidade é impossível, já que o descanso proporciona renovação das funções corporais. A pergunta é: basta deitar e dormir?
Não, infelizmente não é apenas deitar e dormir. Quando falamos de sono saudável, estamos falando de práticas que antecedem o momento a fim de preparar o corpo para o descanso.
Segundo Eleonora Monteiro Damian, terapeuta especialista em dessensibilização e reprocessamento por meio dos movimentos oculares (EMDR), “os cuidados começam horas antes do sono. Depois das 19h, tente não ingerir alimentos pesados, visto que seu corpo focará na digestão e não conseguirá entrar em estado de descanso completo”, recomenda.
Antes de dormir, prepare sua cama. Coloque os lençóis que você gosta, arrume os travesseiros da forma que te deixa confortável e crie um ambiente agradável. O sono é um momento de relaxamento extremo e é fundamental se sentir bem antes e durante a prática.
Tente, com pelo menos uma hora de antecedência, despedir-se do celular e de outros aparelhos com iluminação forte e cores vibrantes. A terapeuta diz que estudos demonstram que essas fontes luminosas deixam o cérebro em estado de alerta, de forma que entrar no sono REM é muito mais difícil.
Você pode, por exemplo, unir o hábito da leitura com o do sono saudável. Uma hora antes de dormir, pegue um livro para ler. De quebra, você ainda diminui o uso de celulares.
8. Criação de um hobby
Uma boa forma de praticar o autocuidado é desenvolvendo ou voltando a explorar um hobby. Pintura, paisagismo, dança (nesse caso, você já faz a atividade física em conjunto) e cozinhar são alguns exemplos de atividades para estimular e que podem trazer uma sensação de felicidade.
Esse ato, inclusive, é responsável por aliviar sintomas relacionados à ansiedade e à depressão, segundo um estudo realizado pela University College London.
9. Passeio no parque
Outra atividade relativamente simples e que pode ser encaixada na rotina do dia a dia é separar alguns minutos para dar uma volta no parque. Esse hábito se relaciona com um contato mais próximo com a natureza, fundamental para que nutramos um processo de respeito e nos coloquemos como parte do todo (ação que, inclusive, representa o desenvolvimento de um novo mundo).
Podemos entender esse passeio como uma prática de autocuidado devido a estudos desenvolvidos na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, que demonstram como o contato com áreas verdes diminui transtornos e doenças relacionadas à saúde mental.
10. Escreva sobre seus sentimentos
A última dica da lista de práticas de autocuidado é a escrita. No processo de relatar os sentimentos, estamos diante de uma atividade terapêutica de organização das ideias.
Conseguimos olhar para o que sentimos com mais calma e paciência a fim de tornar essa imensidão de sensações um texto. Mayara Blasi, em suas reuniões do curso A Escrita de Si, indica que paremos por 15 minutos ao acordar para escrever.
Assim, olhamos para o que sentimos antes mesmo de entrar no fluxo de atividades do dia. Conseguimos analisar os pensamentos e levá-los ao papel com leveza e de forma menos “contaminada” por tudo que acontece à nossa volta.
Claramente, os hábitos de autocuidado e de autoamor se estendem para além dos mencionados. É sempre importante frisar que o foco das atividades são os sentimentos que elas causam em você, portanto, faça o que tem vontade, o que dá prazer ao seu corpo e o que o torna mais saudável.
É por meio do estreitamento do laço consigo mesmo que você se torna apto a criar um novo mundo, em que você é parte do todo e cuida dele.
Semanalmente, a Bambual Editora envia, por e-mail, conteúdos com dicas de filmes, de hábitos e de pautas sobre como causar um impacto no planeta em que residimos. Para receber, basta se cadastrar no formulário abaixo!
O poder da literatura: como mudar o mundo com livros?
Desde o surgimento das sociedades, livros e escritos são desenvolvidos para contar histórias, gerar ensinamentos e relatar acontecimentos. O poder da literatura surge, desde o início, como fonte de aprendizado, proporcionando contato com o novo e eternizando narrativas (como é o caso dos contos de fadas, que saíram do oral e se tornaram obras clássicas na infância de muitas crianças).
Uma coisa é certa: a literatura forma crenças, constrói relações sociais e firma padrões. Além disso, trabalha na contramão, questionando cada um desses pontos para que partamos para uma mudança quando necessário.
Para entender melhor o poder de transformação da literatura e seu papel na criação de um novo futuro, continue a leitura do texto!
Afinal, o que é literatura?
Essa é uma pergunta complexa e aberta para inúmeras respostas. Durante a formação escolar, a literatura é uma matéria que reúne estilos, obras e escritores que constroem a arte literária por meio da linguagem – seja ela verbal, visual, oral e, às vezes, todas elas ao mesmo tempo, como acontecia no Modernismo. É, também, considerada parte integral de uma educação de qualidade e do acesso à cultura.
Há muito tempo, Aristóteles, em seus estudos, teorizou que a literatura é a técnica aliada à imitação. Para ele, a arte literária se restringia apenas à poesia encontrada nos gêneros líricos. As análises do filósofo, todavia, deixaram de lado outros fazeres literários, de forma que, com o tempo, estudiosos começaram a repensá-las.
Para Antonio Candido, teórico moderno do tema – e um grande nome da teoria literária no Brasil –, a literatura é um direito de todos ao mesmo tempo em que é um convite à imaginação, aos sonhos e à vida. O autor ainda afirma que ela é uma necessidade universal, um mecanismo de instrução, um desmascaramento capaz de denunciar e apontar restrições e negações de direitos.
Para muitos, a literatura é uma forma de escape aliada à descoberta de novas realidades. Há ainda quem acredite que ela é um ato político, de forma a evidenciar problemas sociais. Os amantes da leitura certamente concordarão que sempre é uma oportunidade de aprendizado.
A maneira mais simples de defini-la, provavelmente, seria afirmar que a literatura é a manifestação artística por meio e com as palavras. No entanto, as filosofias e teorias sobre o assunto parecem que não acabar – e possivelmente nunca acabarão.
Isso porque, além de estudos, de aprendizados, de sonhos e de denúncias, a literatura é uma forma de transformação pessoal, social e coletiva, necessária enquanto o mundo existir, já que nos faz refletir sobre quem nós somos, consolida histórias e desperta possíveis mudanças.
O poder da literatura está ligado, inclusive, à pluralidade com que ela pode ser interpretada e compreendida. A sua força vem da abertura de entendimentos.
Qual o papel da literatura?
Essa é uma pergunta tão plural quanto a anterior. Existem pessoas que dizem que a literatura não serve para nada e, justamente por isso, ela seria útil para tudo, um pensamento paradoxal que ilustra como estar livres de serventias a torna capaz de atender muitas pautas.
Marina Cabral da Silva, em seu artigo para a revista Brasil Escola, afirma que, como a arte da palavra, a literatura é um instrumento de comunicação e de interação social que verbaliza conhecimentos e culturas dentro de determinada sociedade.
Essa é uma explicação interessante e que se encaixa bem, por exemplo, na literatura de marginalizados, que dá voz para grupos que foram, por muito tempo, calados (como os negros, os imigrantes, os LGBTQIA+, as mulheres e vários outros).
O papel da literatura também pode estar relacionado à função política-social de descrever, criticar, ironizar e até satirizar problemas sociais. Para Aristóteles, em seus estudos, ela possuía um encargo catártico, relacionado à liberação de sentimentos e emoções.
Já em algumas escolas literárias, como o Parnasianismo, a literatura esteve muito relacionada à função estética, que exalta o “belo” por meio de jogos de palavras e pela criação de imagens a partir de símbolos.
Além disso, alguns materiais possuem um papel relacionado à cognição, expondo conhecimentos e aprendizados. Cada um desses propósitos se encaixam, de alguma forma, no caráter lúdico da literatura, que visa entreter, relaxar e envolver o leitor.
O papel da arte da palavra se aproxima muito, como você provavelmente notou, das tentativas de explicar o que é a literatura. Isso porque os pontos estão bastante relacionados: a teoria que a define acaba influenciando sua função dentro da sociedade.
Independentemente da classificação e do papel que a literatura tenha para você – inclusive, ela pode ser entendida individualmente como mais de uma definição –, a conclusão possível é uma só: ela transforma.
Às vezes, ela muda a monotonia em diversão. Outras, altera nosso pensamento, mostrando-nos como estamos em processo de aprendizagem diariamente. Sempre, alguma pecinha dentro de nós é transformada. Ninguém “sai” de um livro da mesma forma que “entrou” nele, e por isso a literatura é tão importante.
Os livros e seu papel fundante
Para o dicionário, “fundante” é um adjetivo para aquilo que serve de base ou pode ser usado para a construção de algo; aquilo que é fundamental.
Quando dizemos que livros possuem papel fundante, olhamos para as obras literárias como necessárias e essenciais. Para entender esse ponto, é preciso olhar para tudo que foi descrito: do caráter educacional ao crítico e lúdico por trás da literatura.
Compreendendo os livros dentro de sua pluralidade, conseguimos identificá-los como fundamentais para transformação, para tomada de consciência e para criação de novas realidades.
Isso porque a literatura pode ser entendida como um espelho da vida e, a partir disso, tornar visível problemáticas que não conseguíamos enxergar. Em seu ensaio nomeado “A decadência da mentira”, Oscar Wilde teorizou que “a vida imita a arte” para ilustrar a capacidade de conscientização por trás da expressão artística.
Os livros, ao construir narrativas e educar pessoas, conseguem ir para além da redação e nos fazer ressignificar sociedades, interações, convenções e atitudes pessoais. Por isso, possuem papel fundante dentro da vida de cada um.
Teóricos, filósofos e pensadores já salientaram inúmeras vezes como o ser humano precisa de arte para se entender como indivíduo, fato atingido graças às funções plurais da arte (política-social, catártica, estética, cognitiva e lúdica). Ela é um lembrete de como estamos vivos e conseguimos tocar, emocionar e mudar o mundo. Logo, sendo os livros o fruto da literatura, eles são mecanismos para a realização desses pontos.
Diversidade de literaturas
Quando falamos em literatura, é comum associarmos o termo com romances, contos e narrativas, quando não o restringimos à sua variação clássica (como os livros encontrados nas escolas literárias).
No entanto, restringir o fazer literário a isso é um equívoco, visto que ele é plural. Quando falamos da arte da palavra, também nos referimos a poemas, ensaios, filosofias, teorias, quadrinhos, entre outros. Independentemente do estilo e da classificação, ela impacta e transforma sua vida, seja divertindo ou ensinando.
Se você é fã de literatura lúdica, por exemplo, está tomando um ato de autocuidado ao consumir algo que te dá prazer. Caso prefira livros sobre política, está aprendendo e se conscientizando. Na hora de analisar seu gosto literário, é importante se lembrar que não existe um “melhor” e um “pior”, já que o importante é como a arte faz você se sentir!
Livros que mudam o mundo
Durante a história da humanidade, existem obras que causaram um impacto no mundo e deixam, no presente, sua marca. Conheça algumas delas!
Bíblia
Independentemente de crenças religiosas, é um fato que a Bíblia influencia a história da humanidade, visto que dita, ainda hoje, convenções sociais, éticas e morais ao redor do mundo. Sua importância é tal que foi o primeiro livro a ser impresso por Gutenberg, quando inventou a prensa com tipos móveis e que facilitou a reprodução de livros.
Epopeias
A Odisseia, A Divina Comédia e Os Lusíadas são exemplos de obras literárias consideradas epopeias da humanidade. Elas influenciaram a literatura como um todo, deixando sua marca na poesia, nas narrativas heróicas e nos romances.
Alice no País das Maravilhas
Provavelmente, Alice é um dos livros mais famosos na literatura, tanto no estilo infantil quanto filosófico, por ser escrito com camadas de interpretação. É uma homenagem à imaginação e à capacidade de criar mundos repletos de magia, que afetam crianças e adultos, graças às habilidades filosóficas e fantasiosas de Lewis Carroll.
O Tao da Física: Uma análise dos paralelos entre a Física Moderna e as Filosofias Orientais
Uma obra sobre as semelhanças entre conceitos da física quântica e as filosofias e práticas do Oriente, O Tao da Física foi escrito por Fritjof Capra, autor que torna acessível teorias de átomos e componentes.
Para além da relação entre física e filosofia, o texto de Capra cria um quadro do mundo material como um conjunto harmonioso, orgânico e sistêmico. Na obra, entendemos como ciência e o mundo sutil estabelecem uma dança da qual todos somos partes integrantes.
Sapiens – Uma breve história da humanidade
Escrito pelo doutor em história pela Universidade de Oxford, Yuval Noah Harari, Sapiens é um livro sobre como os seres humanos são capazes de criar obras de arte, tecnologia, guerras, dinheiro e outros itens que só existem para nossa espécie em toda a cadeia natural.
Ao mesmo tempo em que expõe críticas sobre a espécie humana e os sistemas por trás dela, Harari cria um relato incrível sobre como fomos de primatas a senhores do mundo ao abordar a história da humanidade sob uma perspectiva inovadora.
Design de Culturas Regenerativas
Este livro é um dos grandes títulos quando o assunto é cultura regenerativa. Nele, Daniel Christian Wahl dialoga sobre por que a humanidade deve continuar existindo e qual a melhor maneira de atingir esse feito.
Por meio de perguntas-chaves, Wahl apresenta a visão sistêmica, projetos colaborativos e ferramentas inovadoras para mudar nosso estilo de vida e para vitalizarmos ecossistemas naturais e econômicos.
Orgulho e Preconceito
Escrito por Jane Austen, Orgulho e Preconceito é uma obra de uma mulher em tempos nos quais era rara a presença feminina na literatura. Esse fato e a narrativa do livro – sobre uma jovem adulta que se nega a entrar nos estereótipos de gênero do século XVI – fazem desse livro um dos marcos do feminismo e da crítica feminista na literatura.
Fahrenheit 451
Fahrenheit 451 é uma das distopias mais famosas no mundo. A narrativa conta a história de Guy Montag, um bombeiro que deve incendiar obras literárias em um mundo no qual livros são proibidos.
O alarmante do título é sua relação com os tempos modernos, visto que, durante a história, observamos uma sociedade cada vez mais focada em telas, na qual a literatura é considerada crime.
Ao lado de outras distopias que se mostram possíveis (como 1984, escrito por George Orwell, e Admirável Mundo Novo, redigido por Aldous Huxley), Fahrenheit 451 é uma leitura indispensável para pensarmos os caminhos do mundo que estamos construindo.
Certamente, essa lista se estenderia por muitas obras, afinal, são inúmeras as narrativas que influenciaram e influenciam, ainda na atualidade, as pessoas. Cada uma à sua forma, elas destacam o poder de criação e de transformação da literatura. Educam, fazem pensar, transportam para lugares novos e criam universos que podem se tornar realidade.
Para construir um novo mundo, a Bambual Editora publica livros focados na cultura regenerativa e em práticas inovadoras. Para conhecer nossos títulos, clique na imagem abaixo e acesse a loja virtual!
O que é economia colaborativa e como praticá-la na sua vida?
A construção de um futuro mais consciente e de uma sociedade na qual somos parte de um todo é permeada de diversos conceitos e práticas que viabilizam nossa transição. Dentre eles, a compreensão de o que é economia colaborativa nos leva a uma pauta importante: o consumo e sua relação com o estilo de vida e a cultura regenerativa.
Em tese, economia colaborativa é o nome atribuído a serviços ou produtos cujo acesso é feito, principalmente, por compartilhamento ao invés da aquisição, como a sociedade geralmente estabelece. É comum encontrar variações para o conceito, também chamado de consumo colaborativo e de economia do compartilhamento.
Esse termo readapta o mercado de trabalho e os modelos de negócios pensando em uma nova forma de criar as relações econômicas fugindo do tradicional, que acontece pela troca monetária.
É uma forma encontrada por certas organizações para evitar o desperdício, a degradação de recursos naturais e o alto número de acúmulo de bens, prezando por plataformas de compartilhamento em que serviços e produtos são utilizados com qualidade e de forma justa.
Como a economia colaborativa funciona?
O consumo colaborativo é facilmente aplicado em diversas esferas da vida cotidiana. Ele pode acontecer na forma de aluguel partilhado, de trocas, de empréstimos e até de doações. A ideia é ter mais consciência no consumo de determinado produto e escolher formas alternativas ao invés de simplesmente comprar.
Para exemplificar o caso, podemos traçar um paralelo simples com uma furadeira. Tendo em mente que não é um eletrodoméstico usado com frequência, alugar uma com o vizinho ou pegar emprestada com alguém é uma forma de viver a economia colaborativa no cotidiano.
Brechós em que você pode levar roupas que já não usa mais e trocar por outras também são um exemplo prático da economia do compartilhamento. Outro grande exemplo está em campanhas de financiamento coletivo, que angariam pessoas para colaborar em prol de determinado projeto.
O consumo colaborativo no Brasil já é uma realidade, apesar de ainda não ser explorado em suas versões mais amplas. Um dos exemplos polêmicos que temos são os aplicativos como Uber e Airbnb que, apesar de estimularem o compartilhamento, a maior parte da lucratividade fica concentrada em poucas pessoas.
No entanto, podemos encontrar, por exemplo, hortas comunitárias e alguns prédios que disponibilizam bicicletas para uso dos condôminos e, assim, trabalham a economia colaborativa de forma ampla: evitando aquisições e estimulando o uso de meios de transporte benéficos ao ecossistema, afinal, o conceito se relaciona diretamente com o consumo desenfreado e o quão prejudicial ele é para o planeta.
Entender o funcionamento da economia do compartilhamento é falar, também, sobre as três principais aplicações do conceito.
Nicho de reaproveitamento
Esta aplicação se relaciona com a redução do desperdício e visa passar adiante itens que estão em boas condições e que podem ser utilizados por outras pessoas enquanto, para você, já não possuem mais serventia ou caíram no desuso.
Habilidades compartilhadas
A habilidade compartilhada é uma forma de trabalhar o consumo colaborativo quando a pessoa consegue fazer algo, como pintar um quadro, e, ao invés de vendê-lo, troca por outro serviço.
No entanto, as habilidades compartilhadas não se restringem ao ramo da arte e esta troca econômica pode ser estabelecida com outras áreas, como terapias, atividades técnicas, didáticas, entre outras.
Mercado de produtos e de serviços
Esta aplicação é bastante comum e consiste no compartilhamento de um bem ou de um serviço, como um carro, uma bicicleta ou até uma máquina de lavar calçadas.
Quais os benefícios da economia colaborativa?
O principal benefício da economia colaborativa está ligado à diminuição da extração dos recursos naturais e ao estímulo das conexões individuais. Estes efeitos positivos desencadeiam outros e, assim, começa uma teia benigna e que demonstra a força de toda a sociedade em fazer mudanças.
A indústria e sua produção em larga escala são um dos maiores poluentes do planeta atualmente. Logo, ao optar por serviços e produtos oferecidos com base na troca diferenciada ou no aluguel compartilhado, você afeta esse sistema.
O consumo colaborativo também diminui o acúmulo de bens que nem sempre são úteis ou tão necessários. Dessa forma, você reduz o gasto que teria, ajuda uma pessoa que fornece o serviço e cultiva o hábito do compartilhamento.
Ao final, essas ações reformulam os costumes e as formas de fazermos trocas, e influencia nossa vida pessoal, nossa bolha de convivência e a sociedade como um todo.
A relação entre economia colaborativa e cultura regenerativa
O consumo colaborativo e a regeneração são dois conceitos diferentes que estão bastante próximos. Entendendo cultura regenerativa como uma série de ações e de pensamentos que, unidos, constroem um novo mundo, em que a noção de que somos Natureza é a base, o cuidado com os ecossistemas e a economia do compartilhamento são possíveis e necessárias.
Diminuindo o consumo desenfreado, usufruindo de serviços e produtos compartilhados, trocando ou doando e evitando o acúmulo de bens, conseguimos afetar diretamente o funcionamento da sociedade e sua relação com o meio ambiente.
A economia colaborativa é uma das formas, portanto, de estimular a regeneração social partindo de escolhas individuais e que causam impactos coletivos.
Como aplicar a economia colaborativa na sua vida?
A aplicação da economia colaborativa na vida cotidiana começa com a mudança da mentalidade relacionada à forma como estabelecemos relações econômicas.
Pensar que nem toda compra precisa ser paga em dinheiro e buscar empresas e profissionais que criam negócios com base na troca é um bom começo. Observe em seu bairro ou comunidade em que mora se há pessoas que poderiam realizar o que você precisa em troca de um serviço que você possa oferecer.
Mudar os hábitos de consumo também é bastante importante. Estamos acostumados a comprar itens que pensamos precisar e que, às vezes, são utilizados em pouquíssimas oportunidades. Quando for adquirir um produto, faça as perguntas abaixo, que podem te ajudar a entender se sua escolha é uma necessidade ou um impulso.
Estes pontos foram levantados pelo Instituto Akatu, uma organização focada na diminuição do consumo como o conhecemos, e visam levar à reflexão sobre a “vida útil” de nossas compras.
1. Por que estou comprando?
A ideia desta questão é nos fazer refletir sobre as razões para fazer determinada compra. Fazer uma lista reunindo prós e contras por trás de cada impulso de consumo é uma boa forma de entender até que ponto há a necessidade de adquirir determinado item.
2. O que irei comprar?
Uma vez que você entendeu o motivo pelo qual você está propenso a comprar algo, é hora de analisar as opções que estão disponíveis no mercado, pensando na qualidade, no tempo de vida útil e no custo-benefício por trás das possibilidades.
3. Como irei comprar?
A partir desta pergunta, alguns preceitos da economia colaborativa começam a aparecer, visto que surge a oportunidade de escolher se o pagamento será em dinheiro, por troca de serviços ou se é possível compartilhá-lo, por exemplo. Além disso, segundo o Instituto, deve-se levar em consideração a forma como o que foi adquirido será transportado até sua casa, por exemplo, usando ou não sacos plásticos.
4. De quem irei comprar?
Analisar quem fabrica o que você irá comprar é fundamental para manter hábitos de consumo saudáveis e ligados com preceitos da economia colaborativa. Neste ponto, é possível dar espaço para profissionais e organizações adeptos das filosofias do compartilhamento, como negócios sociais e cooperativas.
5. Como vou usar o que foi comprado?
Esta questão já está relacionada com a pós-compra e faz com que pensemos a dinâmica de vida útil do produto para evitar desperdícios e trocas frequentes. Basicamente, ela surge com o intuito de que observemos os hábitos de uso para que não seja necessário “jogar fora” muito cedo, lembrando que, quando fazemos isso, estamos na verdade gerando resíduos.
6. Como descarto o que não uso mais?
A última questão por trás do consumo consciente e que se relaciona diretamente com a economia colaborativa visa fazer com que analisemos a forma de descarte, entendendo que um item sem utilidade pode ser ressignificado em outros contextos, seja passando pela reciclagem ou pela reutilização.
Assim, tomamos atitudes pensadas e fazendo a ligação entre economia colaborativa e cultura regenerativa. Além de alterar a forma com que fazemos trocas e de nossos hábitos de consumo, existem outras possibilidades de aplicar o conceito na vida íntima.
Apoiar produtores e comerciantes locais é mais um exemplo de como a economia de compartilhamento pode ser expandida. Quando você escolhe comprar do pequeno negócio, auxilia na manutenção dele e fomenta a estrutura da comunidade em que vive, ao invés de contribuir para o crescimento cada vez maior de marcas que nem sempre estão comprometidas com os mesmos valores que você.
Estimular financiamentos coletivos e projetos que movimentam as pessoas com objetivos comuns são outras maneiras de criar relações econômicas pautadas na colaboração. E, claro, é preciso estudar o tema, aprofundar-se e compreender o assunto para praticá-lo com mais autoridade.
Livros sobre economia colaborativa
A literatura possibilita que tenhamos contato com novas fontes de conhecimento e, dessa maneira, conseguimos aplicar no dia a dia conceitos entendidos e assimilados em determinadas obras.
Para que você conheça mais sobre economia colaborativa e consumo consciente, separamos alguns títulos sobre o assunto lançados pela Bambual Editora.
Economia, Consciência e Abundância
Escrito por Paulo Roberto da Silva, pós-doutor em Sociologia Econômica e das Organizações pela Universidade Técnica de Lisboa, Economia, Consciência e Abundância é um livro guiado por três grandes perguntas:
- É possível sermos abundantes em uma economia que tem como base a escassez?
- Se formos mais conscientes em nossas escolhas econômicas, algo mudará em nossas vidas?
- Existem outras possibilidades de realizarmos nossas trocas econômicas no cenário de crise global que vivemos?
É uma obra densa, pautada em estudos e análises importantes sobre o mundo atual e, principalmente, sobre a necessidade de caminharmos para um período de transformação visando cuidar melhor dos seres humanos e do planeta.
“A teoria econômica predominante, baseada e incentivadora da escassez, tem servido à consciência competitiva, egoísta, dominadora e agressiva. Ela foi imposta por poucos através de violência e sacrifícios. Gostaríamos que nossa proposta seguisse um caminho diferente, isto é, que ela viesse para atender aos anseios das pessoas. Para tanto, é necessário identificar as principais características da Consciência Emergente. Isso só fará sentido se os indivíduos estejam dispostos a implementar um estilo de vida cooperativo, participativo, solidário, acolhedor e pacífico. Cabe, então, a seguinte pergunta: está surgindo uma nova consciência humana na Terra?” (SILVA, 2019, p. 69 e 70)
Em 2008, Paulo participou do Café Filosófico, debatendo, já na época, questões chaves trabalhadas em seu livro. Na coleção abaixo, você confere a fala do escritor e outros vídeos presentes em seu canal, sobre a obra Economia, Consciência e Abundância.
Entre conceitos incomuns e inovadores, o autor utiliza da construção gradual dos assuntos para que o leitor compreenda o que está sendo dito de forma clara, entregando, ao final, uma verdadeira aula sobre economia e futuro.
Economia colaborativa – Recriando significados coletivos
Este livro de economia colaborativa escrito por Felipe Cunha, mestre em Economia para Transição pela Schumacher College (UK), é um convite para entender o tema e refletir sobre os impactos que ele tem causado e causará no futuro.
Redigido sob a orientação de um dos maiores economistas da atualidade, Jonathan Dawson, o autor analisa a sociedade e as relações humanas traçando um paralelo entre a economia e o papel de todas essas esferas na criação de um futuro melhor.
Cunha não analisa apenas a economia colaborativa, como também destaca pontos de atenção para que a prática se torne corriqueira e, principalmente, justa, como direitos trabalhistas, apropriação de mercado e outras pautas importantes. Atualmente, a obra está disponível em papel e em formato digital (e-book).
Economia de Gaia
Esta obra reúne artigos de diversos pensadores e economistas, cada um com sua bagagem individual, falando sobre temas como aquecimento global, moedas complementares, economia budista e vários outros.
Em um primeiro momento, as pautas podem parecer desassociadas. No entanto, conforme a leitura acontece, o leitor é apresentado para um traço comum: todos os escritores acreditam na economia como principal área para causar mudanças e ressignificar a existência no planeta.
A obra faz parte da coletânea 4 Keys, um projeto desenvolvido pelo Gaia Education a fim de debater sobre chaves para comunidades sustentáveis em âmbito global.
Pensar e explorar meios práticos de construir o Novo Paradigma e um futuro em que o meio ambiente seja mais respeitado e nós, como seres humanos, tenhamos consciência que somos parte do todo é fundamental. Nesse cenário, entender o que é economia colaborativa e praticá-la é uma dessas maneiras.
Na loja virtual da Bambual Editora, você encontra mais obras sobre cultura regenerativa para te ajudar em ações individuais e compartilhadas para ser um agente de mudança. Clique no banner abaixo e conheça mais títulos!
O que é cultura regenerativa e qual seu impacto social?
Quando percebemos que tudo é uma questão de causa e efeito, começar a entender nosso papel como seres humanos com atitudes sociais e catalisadoras de mudanças pode se mostrar um desafio assustador. Por isso, a importância de se falar sobre cultura regenerativa e suas implicações no mundo é uma espécie de necessidade.
Daniel Christian Wahl – educador e ativista especializado em inovações transformadoras para culturas regenerativas – disse, certa vez, que “a Regeneração aparece como alternativa à forma como fazemos negócios atualmente, como nos comunicamos e nos relacionamos”. Segundo o estudioso, este é um caminho para fazermos negócios mantendo um compromisso com o planeta e com quem partilha ele.
A pergunta que fica, em um primeiro momento, é “o que é cultura regenerativa“ e como aplicá-la na vida íntima para, dessa forma, atingir o coletivo e a habilidade grupal de transformar. Abaixo, comentaremos esses pontos explicando melhor as ideias de Wahl e os desdobramentos dela.
O que é cultura regenerativa?
Explicar o tema é entendê-lo, antes de mais nada, como uma visão de mundo. A cultura regenerativa é estimulada em núcleos de pensamentos sistêmicos que se debruçam sobre diversas áreas sociais.
Educação, saúde, gestão pública, noção de individualidade e de coletivo, empreendimentos e demais áreas existentes começam a observar e reconhecer que as ações empregadas no mundo geram impactos de forma direta e indireta no meio ambiente, no bem-estar e na vida do planeta.
A cultura regenerativa, portanto, caminha junto à tomada de consciência sobre a co-responsabilidade por trás das comunidades, tomando como direcionamento a construção de novas realidades a partir da inteligência coletiva.
A pauta prega por uma vida saudável, resiliente e adaptável, que cuida de sistemas naturais e da vida presente neles, entendendo que essa é a forma mais eficaz de construir um futuro próspero para a humanidade.
Trata-se, afinal, de compreender que nossas atitudes importam e influenciam os ambientes em que estamos inseridos, transformando-os com base em como nós mesmos mudamos e nos adaptamos.
Em abril de 2020, Wahl, escritor de um dos livros mais influentes sobre o tema, realizou uma conferência virtual falando sobre como redesenhar o impacto humano na Terra. No evento, pautas recentes, como o coronavírus, foram levantadas pelo autor, traçando um paralelo com o Novo Paradigma. Confira o vídeo completo abaixo, disponibilizado pelo canal Culturgest:
Como cultivar a cultura regenerativa?
A cultura regenerativa é um conceito amplo, inclusive por fazer jus à transformação que vai para muito além do individual e impacta diretamente as sociedades, os sistemas ecológicos e, em cadeia, o mundo.
A melhor forma de iniciar, portanto, é se atendo ao caráter individual para, depois, expandir as ideias e filosofias para a comunidade e, pouco a pouco, construir o Novo Paradigma. Pautados nas ideias de Wahl, conseguimos traçar um caminho inicial para estímulo da Regeneração.
Use o Princípio da Precaução
O Princípio da Precaução não é necessariamente um conceito da cultura regenerativa, mas pode ser aplicado a ela dada a relação entre ambas as pautas. Basicamente, lidamos com ele em diversas organizações sociais, como em diversas ações da ONU e até em convenções, como o Rio +20, promovido em 2012.
A Declaração de Wingspread, escrita em 1998, define que o Princípio da Precaução é, na realidade, um conjunto de medidas preventivas que devem ser tomadas todas as vezes em que uma atividade ou ação apresentarem ameaça para a natureza (partindo do pressuposto de que a vida humana faz parte dela). O ato de queimar terras, por exemplo, é uma atitude que não seria realizada se todos utilizassem o Princípio em suas vidas íntimas e pessoais, guiando a forma de agir.
O Princípio da Precaução se mostra muito mais operável quando somada a ideia do individual, apresentada anteriormente. Afinal, não temos controle sobre grandes organizações e sequer conseguimos ser onipresentes para evitar inseguranças sempre que elas estiverem prestes a acontecer.
Por outro lado, se adaptamos o conceito dentro de nossas realidades, se torna possível – e prazeroso! – começar a praticar a cultura regenerativa. Temos mais controle sobre, por exemplo, o consumo desenfreado, o capitalismo selvagem, a separação de resíduos e por aí vai.
Aplicar o Princípio da Precaução não significa impedir que um incêndio aconteça, mas prevenir para que, no futuro, todos tenham a consciência de que eles podem ser evitados. Quando nos lembramos que as pessoas estão conectadas umas às outras, reunimos combustível para criar exemplos, diálogos e rodas de conversa em que compartilhamos ideias e, também, ideais.
Podemos, ainda, criar um paralelo entre a precaução e os estudos de Bill Reed, que pregam os “pensamentos de sistemas vivos” que não querem causar menos danos à natureza, mas, sim, participar dela.
Reed salienta mais ainda a importância das ações individuais ao afirmar que as mudanças não podem ser entendidas apenas como técnicas, econômicas, ecológicas e sociais. É preciso uma mudança de pensamento próprio, que nos reposicione junto de nossos relacionamentos e da forma como cultivamos cada um deles.
Construa uma nova mentalidade
A cultura regenerativa solicita que pensemos, antes de participar dela, sobre as condições e organizações sociais. Atualmente, o meio em que vivemos é regido por convenções que se demonstram problemáticas e precisam ser repensadas.
Sistemas patriarcais, industrializados, separatistas e excludentes dominam o pensamento e, dessa forma, as atitudes. Há uma tentativa de mecanizar relações, sentimentos, ambientes e, inclusive, pessoas.
No entanto, é muito mais propício olhar para essas questões quando as entendemos como sistemas vivos, nos quais todos – pessoas, animais, plantas, bactérias etc. – são Natureza, possuindo papel ativo sobre a existência.
Entendendo as cidades, organizações, bairros, experiências e demais situações como sistemas vivos, passamos a notar relações de interdependência entre eles, além do fato de serem constituídos por organismos em constante transformação.
Dessa forma, os meios sociais deixam de ser esvaziados e passam a se tornar objetos de estudo, de análise e de reflexão. Um processo que Felipe Tavares chamou de mapeamento de processos da vida.
Essa mudança de mentalidade é o que constitui o uso do pensamento sistêmico, que observa o contexto e a interdependência de forma a alinhar práticas coerentes com o bem-estar e o funcionamento de ecossistemas, respeitando e honrando outros seres vivos.
Entenda os seres humanos como parte do todo
A sociedade moderna, principalmente após a industrialização, separou os seres humanos da natureza e os colocou em um papel de conquistadores com capacidade superior e elevada em relação a outros seres vivos.
Esse pensamento não só aumenta a dificuldade de ser parte como nos afasta da responsabilidade com o todo. A cultura regenerativa, portanto, estimula a ação de conexão e a noção do interser (de forma sucinta, a consciência da intercomunicação entre todos os seres vivos, reinos e componentes do universo).
Dessa forma, desenhamos sistemas ecológicos em que somos a própria natureza, com comportamentos dinâmicos, complexos, interdependentes e evolucionários, que visam o respeito e o cuidado.
Quando nos colocamos como parte integral do ecossistema, o Princípio da Precaução é automaticamente resgatado, já que prejudicar o meio é, também, prejudicial para nós.
Volte a atenção para a autoconsciência
Pode parecer repetitivo, mas a cultura regenerativa pede o entendimento do estar presente e de um processo de construção pautado na autoconsciência e no lugar em que está inserido.
Como seres humanos modernos, tendemos a ver o todo e ficamos ansiosos quando nos deparamos com processos lentos, constituídos de ações pequenas e movidos por práticas cotidianas e diárias que, a primeiro momento, parecem não surtir grandes impactos.
No entanto, a cultura regenerativa valoriza, justamente, a habilidade de identificar padrões em ambientes mais singulares para, a partir daí, agir para o todo e para os relacionamentos.
O processo de repensar atitudes e de buscar conhecimento de um lugar em específico (mais focado no “eu” e no que está à sua volta) permite que ajustemos abordagens dentro do nosso círculo e afetando a nossa própria bolha para que, com o tempo, outras adentrem o processo de regeneração.
Respeite o tempo
As ansiedades e o imediatismo do século XXI começaram a cobrar, cada vez mais, ações de efeito rápido e focadas em “soluções” para a semana.
Um dos pontos mais importantes da cultura regenerativa é compreender que os sistemas estão completamente conectados e, por isso, ações surtirão impactos com o tempo. A forma de fazer isso, portanto, é respeitando a passagem dele.
Ações individuais e focadas em microambientes podem levar certo período para se tornarem hábitos e constituírem grandes transformações. É importante ter paciência e lembrar que o sucesso do sistema regenerativo está em como futuras gerações adentrarão as sociedades para dar continuidade ao processo, compreendendo, novamente, a relação de interdependência presente em todos nós.
Aprofunde-se nas pautas
O processo de evolução pede que estudemos, entendamos conceitos e nos conectemos com novas e antigas tendências para avaliar atitudes dentro do Princípio da Precaução e do cuidado com o todo.
Além dos livros, é possível encontrar vídeos, apresentações, conferências e até podcasts sobre cultura regenerativa na internet. Entender os impactos que causamos na cultura moderna e como nos tornarmos objeto de transformação é fundamental para nutrir e construir um pensamento sistêmico.
É importante entendermos que somos seres políticos. Logo, nossas escolhas e ações influenciam o todo, transformam sociedades, remodelam comportamentos. A solução, portanto, é estudar para que essas mudanças aconteçam alinhadas aos benefícios e posicionamentos que queremos para o mundo à nossa volta.
A cultura regenerativa e sua relação com o Novo Paradigma
A relação é direta. Entendendo “paradigma” como um conjunto de teorias, métodos e experiências que colocam determinado sistema em formação, a cultura regenerativa e suas práticas surgem como um caminho para a instauração de novas linguagens, conceitos, metáforas e ideias que constituírão, conforme a prática, uma nova realidade.
A criação e consolidação de um novo futuro parte, principalmente, da instituição de uma nova cultura. Afinal, é importante pensar como essa palavra que, por vezes, é negligenciada, dita muito da nossa estrutura social.
É pela cultura que construímos hábitos, tomamos decisões e podemos – ou não – construir o Novo Paradigma.
Na loja virtual da Bambual Editora você encontra diversas obras e títulos sobre cultura regenerativa para se aprofundar na pauta, construir novas realidades e auxiliar no processo de transição global. Para conhecer os livros – alguns disponíveis para download gratuito! –, clique na imagem abaixo.